Não importa se você já esteve em Paris poucas ou várias vezes. Fato é que é sempre um desafio deixar o aconchego da Cidade Luz para conhecer seus arredores. Mas, por outro lado, toda aquela região também é muito envolvente e cheia de mistérios. É o caso, por exemplo, do Vale do Loire, com suas belas paisagens e seus inúmeros castelos, como o de Chambord, a pouco menos de 200km de Paris.
Por isso, para este passeio, optamos por fazer um bate e volta. Compramos os tickets com antecedência e alugamos um carro pelo site ReserveCar. Atualmente, é possível dirigir pela França apenas portando sua CNH brasileira. Mas você também vai precisar de seu Passaporte para retirar o carro. Além da praticidade, do conforto e da possibilidade de fazer o seu próprio roteiro, a viagem de carro em si é encantadora. Alguns trechos da estrada mais parecem cenas de filmes. A dica é: sempre que possível, prefira as vicinais, muito mais belas e acolhedoras.Há pedágios neste circuito e o funcionamento deles é totalmente diferente do brasileiro. Na França, há diferentes sistemas, mas nesta viagem, cruzamos por praças de pedágio de cobrança automatizada, via cartão de crédito. No primeiro guichê, você retira um tíquete, mas o paga somente em um outro mais adiante, quando estiver finalizando aquele trajeto pedagiado.
Na maior parte deste trecho, as rodovias possuem limite de 130km/h, mas fique atento porque há fiscalização eletrônica de velocidade. Se você dirige pela primeira vez no país, dê uma pesquisada também sobre como abastecer o carro. Por lá, o atendimento nos postos é self-service, ou seja, você mesmo abastece, paga com seu cartão e vai embora. Apesar dos postos não serem tão abundantes em Paris, é fácil encontrar o mais próximo de você, pelo Google Maps. Neste post do Simonde, também há outras informações bem úteis sobre este assunto. E é claro que vale sempre pesquisar com antecedência sobre sua passagem área de São Paulo a Paris ou sobre sua passagem área do Rio de Janeiro a Paris, os dois principais aeroportos brasileiros pelos quais é possível chegar à França.
Castelo de Chambord: o palácio de caça de Francisco I
Como acabamos saindo de Paris por volta de 10h, chegamos ao Castelo de Chambord por volta de 12h. Há estacionamentos pagos apenas por Cartão de Crédito, diretamente em totens de cobrança automática. Entre a área do estacionamento e o castelo que você já vai avistar ao longe, há uma espécie de pracinha com restaurantes com pizzas, lanches, sorvetes e doces.A história do Castelo é cercada por dúvidas e aspectos não tão bem esclarecidos. Construído para servir de castelo de caça para Francisco I, é o maior palácio do Vale do Loire. Há quem diga que seu projeto arquitetônico seria atribuído a Domenico da Cartona, mas outra vertente considera a hipótese da participação de Leonardo da Vinci. Conta-se que Francisco I teria passado, no total, apenas sete semanas no castelo e morrido em Rambouillet, em 1547, mesmo ano do fim do período de sua construção.
Além dos belos e simétricos jardins que compõe o cenário em toda a área à frente do castelo, chama muita atenção a escadaria em dupla hélice, bem ao centro do prédio de três pisos. Desde o térreo, os dois lances de escadas cortam os andares sem se cruzarem. Ela, inclusive, é considerada um dos principais indícios da presença de Leonardo da Vinci no planejamento do palácio.
Vale também deliberar sobre a estação do ano em que se pretende visitar Chambord. No verão, o verde do jardim chega a ser dourado de tão viçoso. Mas o branco da neve, presente no inverno, traz outro ar ao cenário. Na dúvida de qual emoção prefere sentir, faça duas visitas 😉
Programe-se para uma visita de duas e quatro horas no Castelo de Chambord. Há a possibilidade, inclusive de já comprar o ticket com direito à visita guiada por iPads. Com certeza, eles trarão uma maior imersão à época de Francisco I. Mas lembre-se de consultar as línguas disponíveis.
Orleans: a primeira vitória de Joana D’Arc
Bem pertinho do Castelo de Chambord está a cidade de Orleans, a menos de uma hora de carro. Ela não está entre os destinos mais procurados pela maioria dos turistas, mas foi um dos lugares mais emocionantes por onde passamos nesta viagem à França. A dica é fazer esta rota de Chambord a Orleans fugindo da A10, rodovia que passa por ali. Use o Waze e siga pela D951. A viagem deve demorar alguns poucos minutos a mais, mas a paisagem do campo e das cidadezinhas é impagável. Casinhas de pedras, chaminés, pontes e floreiras das mais diferentes são um pouco do que você encontra.Procure chegar na cidade pela Pont George V, uma ponte histórica, construída de pedras. São nove arcos que cruzam o Rio Loire e dão acesso à cidade. Mas antes, vale estacionar o carro para vê-la de perto. Ao longe, é possível avistar a Catedral Sainte-Croix, que se tornou internacionalmente conhecida porque teria sido onde Joana D’Arc orou durante o Cerco de Orleans, uma importante batalha da Guerra dos Cem Anos.
Mas mesmo para quem não é fã de Jeanne, a visita à Catedral é obrigatória. A igreja é gigantesca e tem muitos detalhes para serem descobertos. Repare nos vitrais – alguns contam passagens da vida da Donzela de Orleans – e nas bandeiras da nave central, que parecem ser trocadas de tempos em tempos.
Ao sair da Catedral pela porta principal, você estará de frente com uma larga e bonita avenida. É a Rue Jeanne D’Arc. Siga, ou melhor, perca-se por ela até a Rue Royale. Esta rua dá acesso à Place du Martroi. Caminhe por ela reparando nos arcos dos prédios ao seu redor. Eis que o espaço se abre e você já está na praça. Nos arredores, há lojas, restaurantes, cafés e bares. Ao centro, está uma imponente estátua de Joana D’Arc montada em seu cavalo.
Se tudo correr como planejado e você estiver fazendo este roteiro no verão, ainda terá tempo para, na volta, pegar Paris ensolarada. Aproveite para dar uma volta pelos lugares que mais gosta na cidade. Afinal, andar de teto solar pela França tem o seu valor 🙂
Além destes, ainda há outros pontos que merecem visita, em Orleans. Alguns dicas estão listadas neste post do Visit Eat Sleep. Se você pretende ir para lá, realmente vale a leitura.
De volta a Paris? Almoce em um dos restaurantes do luxuoso Mandarin Oriental. Veja aqui.
Foto de destaque: Saúl Aguilar
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